segunda-feira, 31 de março de 2008

Revelações acerca de Alberto Caeiro

Primeiro, para quem pensava que íamos anunciar que o Alberto afinal não era engenheiro engana-se, confirma-se até agora que o homem parece que arranjou uma melhor maneira de o ser que o nosso Sócrates, aquele que tem a mania que é filósofo. Claro que o engenheiro é o Alberto mas o Einstein claro, não vamos misturar as coisas.
Falemos então do nosso conterrâneo. Chegaram hoje à nossa redacção (sim nós temos uma) umas fotos extremamente comprometedoras aqui para o nosso amigo Alberto Caeiro. Algures num lugar muito longínquo (ou não) do país de origem do nosso caro poeta (ou esquizofrénico), eis que se descobre algo absolutamente extraordinário. Aqui estão elas:


Palavras para quê?
Neste caso é só mesmo para isto ficar um bocadinho mais estúpido e para entreter um bocadinho também enquanto não aparece mais uma ideia. Portanto, como se pode verificar pelas imagens mais do que elucidativas, o Alberto anda metido noutros negócios obscuros para além de tentar escrever poemas, como é ter lojas com o seu nome nas mais diversas áreas (neste caso em material desportiva e em calçado). Isto para mim é estupendo! E mais, a maneira como o homem, depois de (supostamente) falecido, ter capacidade para traduzir o seu próprio nome para Albert, sem ter o mínimo de conhecimento da existência de outros Albert, tal como o Einstein, e pensando singrar no mundo dos negócios desta forma.

PS: Como tinha ficado prometido aqui está: “hoje vamos estudar a caída de uma esfera” foi uma expressão proferida hoje, no primeiro dia de aulas do 3º período, o que deixa grandes expectativas quanto à continuação do mesmo no que às tentativas de piada diz respeito. Isto promete!

Acho que fico por aqui. Não. Afinal apetece-me continuar a escrever. Não, não. Escrever é chato como andar à chuva, e como não me quero molhar, acabou. De facto ainda não terminou, deixo-vos com um poema da autoria do Alberto, só para dar um ar mais literário à coisa:

A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.

Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.

4 comentários:

Anónimo disse...

Depois de ler o teu post interrogo-me "Afinal o que faco aqui neste mundo moribundo?!"

...

No comments -.-

(i inda descobri q ao misturar as letras do meu nome d... fiquemos por aqui)

JM disse...

LOLOLOL o meu caro Alberto Caeiro! Anda metido nesses negócios, qualquer dia vemo-lo a traficar

Anónimo disse...

O Alberto anda feito num traficante anda, até já nos problemas de física aparece, ganda maluco...

Anónimo disse...

O poema parece que está em brasileiro...